O que fazer em Rivera e Livramento

19 de outubro de 2018



Rivera é um destino de compras tradicional entre os gaúchos. Santana do Livramento, do lado brasileiro, serve de base para quem vai à cidade vizinha atrás dos vinhos, das maquiagens, roupas, chocolates e o que mais os free shop uruguaios estejam oferecendo. Mas já bem mais a fazer em Rivera e Livramento que apenas compras. Por ter familiares em Livramento, cresci visitando a cidade e vendo o comércio na Fronteira da Paz flutuar de acordo com o câmbio, assisti a vários ciclos de aquecimento e posterior queda na procura por compras em Rivera. Mas para mim nunca fez sentido ir a Rivera apenas fazer compras limitadas a uma cota de USD300, ainda mais hoje em dia com a Amazon no Brasil e compras direto da China.

Veja aqui nossas dicas de onde ficar em Livramento e Rivera



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Porém esse turismo de compras em Rivera sempre existiu, me mostrando com fatos que eu estou errado. E já que as pessoas vão à fronteira comprar, um outro ponto sempre me causou estranheza: A falta de atrativos para as cidades reterem esse público por mais dias! Agregar valor à viagem inserindo as compras em um conjunto maior de opções certamente multiplicaria o número de turistas na região. E parece que agora, enfim, esses atrativos começaram a surgir!

>>>> O que fazer em Santana do Livramento <<<<

 

Rota da Ferradura dos Vinhedos

Cerro de Palomas visto da vinícola Cordilheira de Santana

Assim é denominado o circuito que contorna o Posto de Fiscalização da Receita Federal pela direita de quem chega a Santana do Livramento, entrando logo após passar pelo Cerro de Palomas e saindo no Km 5, logo após o Posto da Polícia Federal. Nesse trajeto encontram-se as principais vinícolas da região, e o maior expoente será o Parque de Águas Termais Amsterland, ainda em construção. Visitamos alguns desses estabelecimentos e contamos aqui!

Vinícola Cordilheira de Santana

É a visita mais cênica de todas. A imagem dos parreirais tendo ao fundo o Cerro de Palomas é belíssima e retrata com perfeição toda a região. Não bastasse, a vinícola é a mais bem preparada para receber os turistas, uma das poucas que recebe sem agendamento prévio e a mais próxima da BR158. Se precisar escolher apenas uma vinícola para visitar, escolha a Cordilheira de Santana!

Chegando à fronteira, o acesso à Vitivinícola fica à direita, logo que passa o Cerro de Palomas. A primeira entrada é em estrada de terra, mas logo adiante há o acesso asfaltado e com sinalização turística.




Desde a porteira o visitante já percorre um caminho entre as videiras, até chegar ao alto da montanha onde fica o imponente prédio da vinícola. A visitação é curta, pois trata-se de uma empresa pequena. São produzidas ali cerca de cinco mil litros ao ano, e o restante das uvas é vendido a outras vinícolas. O visitante é apresentado ao processo de fabricação e aos tanques de inox onde o vinho é armazenado inicialmente, depois segue para a área externa do prédio. Da varanda se tem a melhor vista da propriedade, é o momento de fotografar os vinhedos e o Cerro de Palomas. No retorno, visita-se o porão onde ficam as garrafas de guarda e os barris de carvalho.

Vinícola Almadén

Fica bem próxima da Cordilheira de Santana, e em contraste, trata-se de uma indústria muito maior e ao mesmo tempo com menos atrativos. Na visita é contada um pouco da história da vinícola, desde a implantação na década de 70 até a incorporação ao grupo Miolo nos dias de hoje. A área plantada pela Almadén em Santana do Livramento corresponde a todo o Vale dos Vinhedos de Bento Gonçalves. Os tanques são grandes e numerosos, ficam em área externa e são apenas observados de fora. Então é feita a degustação e oferecidos produtos da loja. Interessante observar que de Livramento o vinho segue em caminhões tanque até Bento, onde é engarrafado. Logo, os produtos vendidos na “loja da fábrica” da Almadén foram a Bento e voltaram. Exceto o suco de uva, que é produzido na Bahia.

Ouro de Sant’Ana – Azeite – Fazenda Olivopampa

Listada no TripAdvisor como a atração número um em Santana do Livramento, de cara desperta curiosidade. E de fato a visita corresponde. Em um bate papo descontraído é apresentada a história recente da propriedade, iniciada em 2009. A fábrica instalada ao  lado do  olival permite que o azeite extra virgem seja produzido em no máximo 2h após a colheita da azeitona, feita uma a uma à mão, garantindo a qualidade da produção. Ao  final degustamos o azeite Ouro de Santana.

O acesso no entanto é bastante difícil, feito por estrada rural a partir da Rota da Ferradura. A visita vale especialmente pelo ineditismo: é comum visitarmos vinícolas e fábricas de chocolate durante viagens, mas de azeites foi nossa primeira vez! Há uma pequena taxa de R$20 por adulto, e as visitas ocorrem as 10 e as 15h com agendamento pelo site da fazenda. Não existe quantidade mínima de pessoas para que a visitação ocorra.

Lago do Batuva

Tradicional ponto de encontro para um chimarrão no final da tarde, o Parque Municipal foi criado a partir de uma barragem artificial feita exatamente com esse objetivo: formar um lago e dar ao morador da fronteira uma área de lazer. Apesar da falta de estrutura, decorrente da escassez de recursos do município para manter o local de 220 hectares, o Lago Batuva merece uma visita. A imagem do lago cercado pela mata nativa está bem próxima de quem chega à cidade. Vale também subir até o Mirante da Santinha para fotos.

Praça Internacional Livramento Rivera

Frequentemente negligenciada por quem vai a Rivera, a praça marca a união da Fronteira da Paz. O que para os moradores é corriqueiro, no mundo é incomum: cruzar uma fronteira entre países caminhando sem qualquer barreira. Ao centro da praça há um obelisco de 15 metros de altura, com os escudos dos dois países. A praça foi projetada de maneira simétrica, o lado uruguaio espelha exatamente o lado brasileiro, e se você tiver sorte poderá assistir a um show de águas na fonte ali existente.

Amsterland





Ainda em construção, o parque de águas termais promete revolucionar o turismo na região da fronteira. Embalado com a promessa de abertura de free shops no lado brasileiro, destinados ao público uruguaio, o empreendimento expandiu-se mesmo antes da conclusão e o projeto incorporou o Hotel Amsterland. Quando inaugurado, terá piscina com ondas de águas termais, shopping center e um condomínio residencial anexo. Aguardamos ansiosos!

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Muita gente deixa o carro no lado brasileiro e segue a Rivera a pé, não conhecendo quase nada da cidade. É uma pena. Rivera está entre as maiores cidades do Uruguai, e guarda atrativos interessantes para quem vai um pouco além da fronteira. Para facilitar, deslocamentos até 20Km da linha divisória não exigem trâmite de imigração e alfândega para o carro, você pode circular pelo país vizinho livremente.

Compras

Ainda que o foco aqui seja mostrar o que a fronteira oferece além das compras, não se pode negar que a principal atração de Rivera são exatamente as compras! Brasileiros podem trazer até USD300 em mercadorias, em quantidade que não configure destino comercial. Nos free shops é exigido documento brasileiro e a presença da pessoa. Não adianta dar o RG para a esposa e ficar no bar… você precisa passar junto no caixa para que as compras sejam registradas na sua cota.


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Siñeriz Shopping

Nos últimos anos o comércio antes restrito à Avenida Sarandi ganhou um grande shopping da rede Siñeriz, bem junto à fronteira, O local conta com amplo estacionamento, praça de alimentação, área de recreação infantil, um grande supermercado e um restaurante de nível internacional: O La Perdiz. O trâmite de imigração é feito no posto integrado instalado ali, atraindo ainda mais visitantes.
Os preços eventualmente são mais elevados que você poderia encontrar nos free shops de rua, mas a facilidade de estacionamento e de encontrar tudo em uma única loja acaba concentrando a maioria dos compradores no local.

Melancia Mall

Mais recentemente foi aberto outro shopping, ainda maior que o Siñeriz. Diferente do primeiro, no Melancia Mall você vai encontrar várias lojas e free shops, com destaque para o Neutral Free shop, principal concorrente do Siñeriz. O empreendimento fica mais afastado da fronteira, convidando o visitante a conhecer um pouco mais da cidade uruguaia. Na luta por frequentadores, há o projeto do terminal de ônibus intermunicipal ser transferido para as proximidades do Melancia Mall.

Le Carroussel – Free Shop e queijos

Na Rua Agraciada, paralela da Avenida Sarandi, por detrás de uma faxada que faz o lugar parecer apenas mais um free shop, fica uma das lojas mais interessantes da cidade : A queseria Le Carrousel. Para nossa surpresa, o queijo ali vendido é fabricado na região de Colônia do Sacramento, por imigrantes de diversas origens. Suíços, poloneses, alemães, italianos fabricam os queijos que são transportados somente à noite entre as cidades. Roquefort, Gruyère, Emmental, Parmesão, a variedade é bastante grande e a degustação livre. Experimente e leve para casa sem medo, desde 2016 foi liberada a entrada pela fronteira de queijos, salames e doce de leite. Além dos queijos, salames, azeites e toda uma seção de delicatessen fazem a alegria dos turistas gourmet. Como não poderia faltar, os vinhos são apresentados por quem entende e fala do assunto, indicando a harmonização apropriada. A visita à loja é uma grande aula!



Rivera Casino & Resort

Como o jogo é uma atividade proibida no Brasil, exceto quando explorada pelo Estado através da Caixa Federal, Rivera agradece e oferece praticamente sobre o marco da linha divisória um complexo com hotel, cassino e restaurante, gerando emprego e renda na cidade. O lugar é frequentado quase que exclusivamente por brasileiros, alguns viajam à cidade apenas para se divertir ali. Ainda que você não goste da prática, vale a pena caminhar entre os caça-níqueis e observar as reações das pessoas com o resultado das apostas.

Gastronomia – Onde comer em Rivera

O padrão dos restaurantes em Rivera tem se elevado ano após ano. Hoje são muitas as alternativas para saborear desde um simples chivito ou pancho até um prato mais elaborado. Quem quer algo tipicamente uruguaio, em um local frequentado por locais, vai até a Plaza Flores. A praça é rodeada por cerca de dez trailers que oferecem desde aquecimento a gás até sinal de wi-fi. Além é claro de ótimos chivitos e cervejas geladas. No quesito carnes o El Borrego desponta pela comida saborosa e bem servida em ambiente descomplicado, em meio à avenida Sarandi. Imperdíveis são os sorvetes uruguaios em seus sabores mais variados. A sorveteria Fragola, tambem na avenida Sarandi, é parada obrigatória. E para fechar com uma opção simples, a pizzaria Las Mil y Una serve pizzas ao modo uruguaio: cortada em tiras e com massa mais alta. Vale experimentar.

Letras RIVERA


Quem curte tirar fotos nas letras de lata que viraram mania em cidades turísticas, vai encontrá-las em frente ao Macromercado, na Avenida Julio Sosa. Essa avenida é destino disputado aos finais de semana, quando os uruguaios (e muitos brasileiros) param seus carros à margem da rua, colocam uma cadeira na grama e ficam chimarreando. Em frente ao Macromercado há também uma longa ciclofaixa asfaltada e iluminada, de dar inveja aos vizinhos brasileiros.

Cerro del Marco

A apenas quatro quadras da Sarandi, seguindo a Calle Ceballos (primeira rua para quem vem do Brasil) está a Plaza del Marco. O lugar tem apenas isso, um grande marco de concreto, e aparenta abandono. Vale pela vista que se tem da cidade de Santana do Livramento até o Cerro de Palomas.

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